São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996 |
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Vítima tinha sido entrevistada
FÁBIO GUIBU
Silva concedeu a entrevista na enfermaria do hospital. Ele contou que fez hemodiálise no IDR por um ano e meio e que se sentira mal durante o Carnaval. "Deu tudo quanto é coisa ruim em mim", afirmou. O ambulante apresentava sinais de problemas no fígado (olhos e pele amarelados). Ele contou que nem sequer conseguia dormir por causa das dores abdominais. Silva afirmou ainda que após a contaminação não havia voltado mais para casa ("fiquei aqui, acabando de morrer"). Ele disse que não tinha medo da morte ("medo de morrer não tenho, não"), apesar de saber que no dia anterior três outros pacientes do hospital haviam "viajado" (morrido). O ambulante foi um dos sete ex-pacientes do IDR que se recusaram a se transferir para Recife para tratamento. No dia seguinte à entrevista, Silva foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde permaneceu durante quatro dias até retornar à enfermaria. Ontem, ele passou mal ao fazer hemodiálise e morreu. Seu corpo será enterrado hoje na cidade. Texto Anterior: 'Não foi cloro em excesso' Próximo Texto: Apertem os cintos Índice |
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