São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996
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Governo adia aumento nos combustíveis

MÁRCIO DE MORAIS
HELCIO ZOLINI

MÁRCIO DE MORAIS; HELCIO ZOLINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Reajuste poderá ser menor do que os percentuais estudados até agora pelo governo, que eram de 13,5% no álcool e 13,8% na gasolina

O reajuste dos combustíveis poderá ser menor do que o estudado pelo governo até agora (em média, 13,5% no álcool, 13,8% na gasolina e até 8% no óleo diesel).
O reajuste também poderá entrar em vigor apenas na próxima semana, ao contrário das declarações da ministra Dorothea Werneck (Indústria, Comércio e Turismo), segundo as quais esta semana tudo estaria resolvido.
Ontem, em café da manhã que quase se transformou em almoço -começou às 8h30 e só se encerrou quase às 12h-, a ministra ouviu queixas do colega Pedro Malan (Fazenda) por ela ter divulgado o índice médio de 13% no Jornal Nacional, na noite de terça-feira.
Malan propôs que o reajuste do álcool e gasolina seja de 11,20%.
Usineiros
O ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) também propôs redução nas margens de lucro dos usineiros, em favor da Petrobrás.
Em vez dos 11,95% para os usineiros, já acertados há quase um mês, só 6%, ficando o resto para ser concedido em outra ocasião, talvez dentro de um mês.
Com isso, o governo resolveria a crise de caixa da Petrobrás, aliviando já quase todo o déficit mensal de R$ 130 milhões na "conta-álcool" (R$ 1,3 bilhão por ano).
Os usineiros não aceitam essas novas propostas, pois temem que o governo desvincule o reajuste dos combustíveis do pacote do álcool, deixando o problema sem solução.
Inflação
Os técnicos da Secretaria de Acompanhamento Econômico levaram a Malan uma preocupação que a Folha antecipou há duas semanas: a de que a concessão do aumento em período inferior a 12 meses desde o último (em 27 de setembro) teria impacto negativo nos índices de inflação.
O secretário Luis Paulo Vellozo Lucas acha que setores como escolas, condomínios, locação de imóveis podem iniciar um processo de aumento de preços.
Frentistas
Os frentistas do Estado de São Paulo aceitaram ontem a proposta de reajuste de 20% feita pelos donos de postos e desmarcaram a greve prevista para começar hoje.

Colaborou a Reportagem Local

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