São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996
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Banco Central muda minibanda cambial

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela segunda vez em março, o BC (Banco Central) alterou a minibanda. Agora, o dólar passa a flutuar entre R$ 0,987 e R$ 0,992.
Desta vez, a correção da minibanda foi de 0,10% (a anterior tinha sido de 0,3%). Resultado: o mercado espera nova alteração antes da virada do mês.
O BC convocou os leilões (foram dois) para mudar a minibanda quando o comercial (exportações e importações) estava sendo vendido a R$ 0,9879.
Na prática, portanto, o leilão empurrou as cotações para baixo, em 0,09%. Assim, o BC se aproveitou de um movimento do mercado (que puxava a as cotações para cima) para fixar o novo "piso".
A rigor, se só pudesse existir uma certeza para o mercado financeiro, ela seria a política cambial.
Os economistas ou divergem ou têm dúvidas sobre o nível de atividade, a capacidade do governo de ajustar suas contas... Mas todos dizem, sem titubiar, que a inflação fica, no ano, ao redor de 12%. Por que? Porque o câmbio vai subir ao redor de 8% e ponto final. É isso que se chama âncora (com seus US$ 55 bilhões de peso).
Os juros oscilaram no mercado futuro conforme a fórmula mais comentada naquele momento de cálculo da TR.
Circularam várias, mas deve prevalecer mesmo, concluiu o mercado no final do dia, é mesmo a queda do redutor (de 1,3% para 1,1%).
Com volume menor, a Bolsa paulista subiu 1,16%.
Banco do Brasil
As ações do BB (Banco do Brasil) reagiram. As preferenciais (que não dão direito a voto) subiram 8,6% -a segunda maior alta do índice- e as ordinárias (que dão), 8,3% -a terceira maior.
Saíram vitoriosos ontem -a batalha continua- os que queriam defender suas carteiras.
Desde terça-feira, segundo os analistas, algumas instituições, como a Previ (fundo de pensão dos fundicionários do BB), têm buscado abortar a queda, que, para elas, que vão comprar a nova emissão a R$ 13,00, significa prejuízo.
Mas, nem bem havia fechado a Bolsa paulista, o juro dos títulos norte-americanos de 30 anos voltou a assustar, subindo de 6,58% para 6,68%.
O impacto da alta foi sentido pelos títulos da dívida externa. O C-Bond, o mais negociado, fechou cotado a US$ 0,5894, com queda expressiva de 2,58%.

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