São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996
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Ministry humaniza som

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

A audição de "Filth Pig", novo CD do Ministry, traz algumas perguntas. Onde estão a programação de baterias inumanas, os gritos urgentes, a disparada rítmica? Onde está, enfim, o Ministry?
Depois de quatro anos, Al Jourgensen e Paul Baker voltam num disco atípico, com poucos vestígios do 'cybermetal' com o qual trouxeram o metal para os 90.
"Filth Pig" revela um cansaço com a fórmula da música eletrônica de guitarras distorcidas -que hoje talvez só seja menos imitada que as bandas de Seattle. É o primeiro disco de rock básico do grupo, com guitarras, baixo e bateria tocados por instrumentistas, em vez de por computadores.
A metáfora do porco pode servir para definir as músicas, na maioria arrastadas, pesadas, imundas.
O destaque é tranquilamente o cover de "Lay Lady Lay", de Bob Dylan. Em vez de renascer eletrônica ou metálica, a música traz características de "rock alternativo".
A transformação da banda não significa que Ministry virou Pearl Jam. A banda não dispensou o tratamento eletrônico de todo, apenas o redimensionou como efeito de ambiência, um complemento que tem o poder de transformar rock em música sobrenatural.
"Filth Pig" mostra que Ministry está longe de estagnar numa fórmula consagrada.

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