São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996
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Estudo atribui efeito a célula

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cientistas alemães acreditam que uma célula que normalmente ajuda o corpo a combater bactérias pode ser a causa da degeneração do cérebro no grupo de doenças que inclui a "doença da vaca louca" e sua equivalente nos humanos, a doença de Creutzfeldt-Jakob.
Estudo de pesquisadores da Universidade de Gõttingen publicado hoje na revista britânica "Nature" diz que a microglia, uma célula que faz decomposição e combate infecções, libera substâncias que destroem o tecido nervoso quando estimulada por um tipo de proteína defeituosa (chamada príon).
Os cientistas já sabiam que o príon, encontrado na membrana celular, quando defeituoso, causava as doenças desse tipo, mas eles não sabiam como a proteína agia para degenerar o tecido nervoso.
Além disso, príons defeituosos, quando em contato com os sadios, podem causar defeitos neles.
Segundo os pesquisadores, que fizeram os testes em camundongos, o efeito da célula microglia pode ser detido com o uso de antioxidantes como a vitamina E.
A degeneração supostamente decorrente das substâncias oxidantes causa demência, incapacidade motora e, mais tarde, a morte.
Com a degeneração, o cérebro fica esponjoso, com buracos como um queijo suíço. Pacientes morrem em média seis meses depois dos primeiros sintomas.
Entre animais O que ainda não foi provado cientificamente é que os príons defeituosos da vaca podem causar os mesmos efeitos no ser humano.
Mas testes feitos no Reino Unido com gatos infectados pela "doença do gato louco", um equivalente dos outros males, mostraram que camundongos, porcos e outros animais também apresentaram esses sintomas depois de infectados com príons defeituosos de gatos.

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