São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996
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Consciência tranquila; Proteção; Interpretação correta; Contrastes; Cascatinha e Inhana; Aleijadinho; Preciosidade

Consciência tranquila
"Tenho o costume de ler os artigos de Clóvis Rossi e confesso ser admirador da sua 'boca maldita', que só não faz versos, como o seiscentista Gregório de Matos Guerra.
Infelizmente, por falta de uma corajosa lei de imprensa, os homens públicos ficam à mercê de ataques unilaterais e sem meios para responder.
Lamento que setores localizados da imprensa nacional continuem prestando um desserviço ao país, apostando na ruptura da ordem constitucional e no fechamento do Congresso.
Em seu último artigo, lançou mão da sua caneta assassina para tentar denegrir o meu nome, do presidente da República e de outros colegas do Parlamento.
Digo ao jornalista que quanto ao sr. Orestes Quércia, temos diferenças enormes. Veja a última eleição no PMDB, quando perdemos ou ganhamos por um voto.
Quanto à ajuda ao presidente Fernando Henrique, não faço mais do que a minha obrigação em apoiá-lo no processo das reformas da Constituição.
Não obstante a minha confortável amizade junto a alguns ilustres deputados e minha própria liderança, não tenho um só cargo no governo federal.
Esse patrulhamento ideológico-partidário empreendido pelo articulista da Folha comprova a aversão e o desprezo que segmentos da mídia têm com os demais Estados. Desconhecer que o país precisa das reformas é quase ignorância.
Os meus métodos, senhor jornalista, são todos de um político corajoso. Passei pelo governo de Minas sem um só inquérito sobre a minha pessoa.
O PSDB, ao contrário do que afirma, não foi criado por minha causa. Nasceu de uma discordância interna e provocada pelo inchaço nacional do PMDB.
Felizes dos homens públicos, como eu, que deitam e dormem com a consciência tranquila e deixam para seus filhos, como herança, somente exemplo de coragem pública.
Assim, muito me honraria o nome de Newton Henrique Cardoso."
Newton Cardoso, deputado federal pelo PMDB-MG (Brasília, DF)

Proteção
"Nas décadas de 70 e 80, o sucesso dos projetos industriais no Brasil era decidido nos corredores de Brasília.
Burocratas concediam ou retiravam incentivos fiscais, impunham ou reduziam barreiras aos competidores internacionais, decidiam quem teria sucesso no Brasil.
Os bons de corredores, como o senador Gilberto Miranda, enriqueceram. A nação porém faliu, a inflação concentrou a renda. O Brasil tão viável tornou-se um pária da economia que se globalizava.
As economias de melhor performance nos últimos 20 anos tiveram um processo diferente de selecionar os empresários que fracassavam dos que enriqueciam. Em vez do lobby e da corrupção a decisão era do consumidor que livremente escolhia nas prateleiras quem iria ficar rico.
O Brasil fazia algumas alterações no sentido das economias que deram certo na década de 90. Veio o governo FHC alterar o rumo novamente na direção do modelo tão testado no passado e que fracassou.
Todos os dias novas barreiras são levantadas para evitar a concorrência nas prateleiras, subsídios e incentivos fiscais são concedidos, culminando com o aumento dos combustíveis para toda a nação a fim de manter incompetentes usineiros produzindo.
Assim não vai dar!
Igor Cornelsen (São Paulo, SP)

Interpretação correta
"Já é mais que tempo de acabar a injustiça que frequentemente se tem feito ao santo, interpretando corretamente a intenção de sua frase, pois, diferentemente do que ele pregava, em política não 'é dando que se recebe', mas sim 'só recebendo é que se dá', pouco importando onde está a justiça."
Paulo Carlos Solheid Filho (Astorga, PR)

Contrastes
"O Brasil mais uma vez confirma a alcunha de 'país dos contrastes'.
Sabe-se que o Banco do Brasil gerou o maior prejuízo bancário da história mundial -a bagatela de R$ 4,2 bilhões. Entretanto ainda ostenta vitalidade própria de um balanço suficientemente equilibrado.
Refiro-me à meia página de anúncio veiculado pela Folha de 26/3."
Carlos Fabricio Ortmeier Ratacheski (Curitiba, PR)

Cascatinha e Inhana
"Li com o coração disparado o artigo de Matinas Suzuki Jr. sobre os grandes sucessos de Cascatinha e Inhana.
Tive e tenho essa mesma sensação de 'chaga exposta', de uma dor que não tem começo nem fim, de uma melancolia profunda. Estamos com saudade de um mundo que já se foi.
Que delícia e emocionante é gostarmos de João Gilberto e Chet Baker, mas de Cascatinha e Inhana também!"
Donizete Galvão (São Paulo, SP)
*
"Adorei o texto de Matinas Suzuki Jr. de 16/3. Bateu!
Obrigado! Eu me lembro. Há outros que também se lembram."
Fernando Queiroz (São Paulo, SP)

Aleijadinho
"Verdadeiramente espantoso é o artigo sob o título 'Pesquisador diz que Aleijadinho é mito'.
O sr. Sala, em vez de estar pesquisando em Portugal, deveria vir a Ouro Preto, Congonhas do Campo e manusear as 'certidões' e recibos autênticos, para convencer-se de uma vez por todas do valor inquestionável das obras."
Nelson José Lombardi (Belo Horizonte, MG)

Preciosidade
"Foi uma 'pequena' preciosidade o artigo escrito pelo sr. Luís Nassif a respeito do prefeito de Campinas falecido no último dia 29.
A sensibilidade de suas palavras, o conhecimento sobre a origem e a vida pública do nosso já saudoso Magalhães Teixeira e os detalhes mais nobres do caráter dele apenas aumentaram minha admiração pelo sr. Nassif.
Certamente aqueles que leram o artigo também experimentaram mais admiração ainda por esse homem público que tão prematuramente nos deixou." António Bernardes Morey Jr. (Campinas, SP)

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