São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Orquestras privadas buscam dinheiro

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Estreou no ontem uma nova orquestra no Brasil. Ela tem como sede a cidade de Montenegro, localizada a 58 km de Porto Alegre.
Será também uma das poucas que funcionam sem depender de verbas oficiais.
Existem hoje 36 orquestras sinfônicas ou de câmara com um mínimo de estrutura profissional. Entre elas, talvez apenas quatro não dependam do poder público.
"É o Sesi que paga os salários dos 15 músicos, mas já estamos captando recursos com base na Lei Rouanet", diz Terezinha Cardona, responsável pela nova formação instrumental gaúcha.
Por ser uma formação nova, a Orquestra de Câmara Jovem Sesi/Funarte não compartilha ainda com suas congêneres privadas a experiência de crises agudas e o dispêndio de energia para correr atrás de patrocínio.
"Temos um grupo de 22 empresas que asseguram de 70% a 80% de nossa verba de funcionamento", diz o violinista Telmo Jaconi, um dos instrumentistas da Orquestra de Câmara de Blumenau, em SC.
Seu grupo afundou em dívidas no início dos anos 90, quando foi revogada a Lei Sarney de incentivos fiscais à cultura.
Em São Paulo, uma formação pequena, com 13 músicos, sobreviveu a um outro furacão financeiro. "A Orquestra de Câmara Villa Lobos tinha com o Banespa um contrato que, entre 1992 e 1994, permitiu a realização de 54 concertos no interior do Estado", diz seu diretor, Roberto Ring.
A orquestra sofreu redução em sua agenda após a intervenção naquele banco. Mantém os compromissos na série Maksoud Plaza e na série Hebraica/Banco de Boston.
As orquestras de Blumenau e a Villa Lobos têm um outro diferencial na música brasileira: elas têm qualidade técnica para frequentar estúdios de gravação.
Há, por fim, o exemplo da única formação de maior peso numérico, que é a Orquestra Sinfônica Brasileira, fundada há 56 anos e que atravessou sua pior crise em 1992. Seus quadros foram reduzidos de 95 para 65 músicos.

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