São Paulo, sábado, 30 de março de 1996
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Bienal traz retratos de Andy Warhol

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

O presidente da Fundação Bienal, Edemar Cid Ferreira, confirmou ontem, em almoço no Terraço Itália, a presença -já aventada- de obras do artista plástico norte-americano Andy Warhol (1930-1987) na 23ª edição da Bienal Internacional de Arte de São Paulo.
Nelson Aguilar, curador da Bienal, adiantou que se tratam basicamente de retratos e torsos, a maior parte proveniente da Fundação Warhol em Pittsburgh.
Aguilar pretende complementar a seleção com obras do galerista nova-iorquino Leo Castelli, um dos grandes colecionadores do artista pop. O curador vai tratar disso com Castelli a partir de segunda em Nova York, onde participa da inauguração de uma mostra de Sol Lewitt, o artista norte-americano confirmado para a Bienal.
Warhol é um dos precursores da pop arte. Seus trabalhos mais conhecidos trabalham com ícones da cultura -retratos de Elizabeth Taylor, Elvis Presley e Marilyn Monroe- e do consumo norte-americano, como os trabalhos que representam latas de sopa Campbell e garrafas de Coca-Cola.
A repetição dessas imagens revela uma crítica ao condicionamento humano aos veículos de comunicação de massa e aos bens de consumo. A partir dos anos 60, Warhol e sua "factory" iniciam intensa produção cinematográfica de filmes experimentais, como "Sleep" e "Empire".
Cônsules
O almoço foi organizado pela Sociedade Consular de São Paulo. O objetivo era conscientizar -e pressionar- os membros da entidade para um maior envolvimento de seus membros na definição dos artistas que representarão seus países no evento.
O cônsul da República Tcheca aproveitou para reclamar do tratamento recebido na alfândega brasileira.
O presidente tranquilizou-o dizendo que este ano as obras virão diretamente ao prédio da Bienal, onde serão liberadas.
Citando a formação de Picasso, Munch e Wifredo Lam, três artistas com obras confirmadas na Bienal, Nelson Aguilar ressaltou a importância da América Latina no evento. "Vamos reivindicar um lugar de soberania para a arte latino-americana. Ela não é apenas um terreno suplementar à arte mundial".
Louise Bourgeois
A viagem de Aguilar aos EUA servirá para a definição das obras de Louise Bourgeois que virão ao evento. "Ela sabe que é a presença mais importante da Bienal e está se sentido realmente homenageada. Virá com células inéditas sobre o corpo da mulher. Espero ainda que venha com peças em mármore, bronze e alabastro para um melhor direcionamento do público."

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