São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996 |
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Vale acirra divergência de Sarney e FHC
MARTA SALOMON
Sarney quer colocar em votação no plenário do Senado projeto de lei que submete o processo de privatização da Vale do Rio Doce a autorização expressa do Congresso. O projeto, apresentado pelo líder do PT no Senado, José Eduardo Dutra (SE), abre caminho ao veto do Congresso à venda da empresa. A votação foi suspensa em agosto do ano passado, depois de o próprio FHC entrar em campo e garantir uma trégua no Senado. Sarney é adversário da venda da estatal, que financia programas sociais em nove Estados, inclusive o Maranhão, governado por sua filha, Roseana. Não é pouco dinheiro -8% do lucro líquido ou algo em torno de R$ 20 milhões ao ano. Venda O governo planeja vender a Vale até o início do ano que vem, depois de um processo de avaliação que termina em julho. A Vale é a principal empresa do programa de privatização do governo FHC. Atualmente, o Plano Nacional de Desestatização dá poderes ao governo para escolher as estatais que serão privatizadas sem ouvir os parlamentares. Sarney espera o momento mais oportuno para votar o projeto. Mas não abre mão de pôr o projeto em votação antes de deixar o posto de presidente do Senado. O mandato de Sarney na presidência termina em fevereiro. Na bancada peemedebista do Senado, há quem considere o projeto derrotado. "Foi provado que a oposição não tem força", diz o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), relator do projeto da Vale. Ele calcula que a proposta de submeter a venda da empresa ao aval do Congresso não terá nem sequer os 24 votos contra o arquivamento da CPI dos Bancos. Comissão Suassuna é autor de uma fórmula mais amena para agradar aos parlamentares mais preocupados com a venda da Vale. Propõe a criação de uma comissão de parlamentares para acompanhar o processo. Apesar de caracterizar a venda da Vale como um "contencioso" na sua relação com FHC, Sarney descarta qualquer hipótese de vir a romper com o governo. "Não há chance de rompimento", afirmou deputado Sarney Filho (PFL-MA). E completou: "Enquanto o Plano Real estiver garantindo o poder aquisitivo, como o Plano Cruzado, estaremos com o governo". Texto Anterior: Disputa no PMDB vai ao segundo turno Próximo Texto: Presidente elogia governadores no CE Índice |
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