São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Resposta contradiz comportamento na vida real

DA REPORTAGEM LOCAL

A pesquisa "Sexualidade e Plano de Vida na Adolescência" mostra que nem sempre os adolescentes fazem o que acham que é melhor para eles.
Enquanto, por exemplo, 37% acham que a idade ideal para Paulo e Andréia perderem a virgindade é entre 16 e 18 anos, 30,2% dos que transaram perderam a virgindade entre 13 e 15 anos.
"O adolescente fala o que ele espera que o adulto quer ouvir, o que a cobrança social espera dele", diz Albertina Takiuti, coordenadora da pesquisa junto com o médico Herbert Friedman, da Organização Mudial da Saúde (OMS).
Contradições
Isso fica mais evidente quando se fala em métodos anticoncepcionais ou uso de camisinha.
Entre os pesquisados de 12 a 19 anos, 86,7% sabiam para que servem os métodos anticoncepcionais, mas 70,1% não usaram nenum método na primeira relação.
A médica acredita que para os teens, o uso de métodos anticoncepcionais funciona como uma legalização da sexualidade e a criação de um vínculo com o mundo adulto.
"A maioria dizia que era importante usar camisinha, mas 60% deles não usava nunca. Quando perguntavam se usaram na última relação, só 11% diziam que sim", diz a ginecologista Albertina.
Diferenças
Outro resultado da pesquisa entre os teens de 12 a 19 anos que a médica ressalta é que para 51,2% deles transar faz parte do namoro.
"Mas a maioria deles, 40,4%, respondeu que casar virgem era o sonho de Andréia", diz Abertina.
Os resultados da pesquisa também mostram que há muitas diferenças de sentimentos entre os meninos e as meninas.
Quando o casal fictício descobre que Andréia está grávida, 60,5% acham que a garota ficou com medo e 41,8% acham que Paulo ficou confuso.
Outra situação que mostra a diferença de reações entre meninos e meninas é quando os pais de Paulo e Andréia decidem que eles devem casar. Para 29,9% dos entrevistados, Andréia sentiu alívio, e Paulo ficou revoltado para 28,1%.
Realidade x ficção
"Apesar do maior número de informações sobre métodos anticoncepcionais, a gravidez na adolescência vem aumentando, já que o comportamento concreto não está mudando", diz Albertina.
Ela ressalta que mais que refletir dados, a pesquisa mostra que foi importante usar a história de Paulo e Andréia na investigação.
"A novela e a história fazem parte do cotidiano dos adolescentes."

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