São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996 |
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VIGIANDO O OCO DO TEMPO VIGIANDO O OCO DO TEMPO WALY SALOMÃO vigiando o oco do tempo.Espaço ermo, parado. Nada acontece. Nada parece acontecer. Mas algo flui, o irremediável, queimando todas as pontes de regresso. Todo o passado está morto só vige o que vem, o que surge. Todas as coisas íntegras dilaceram-se ou são dilaceradas. A velha senhora viajada, detentora de recorde de milhagens, temerosa das vacas do Ganges depois de ter contemplado um berne ao microscópio. Berne que agora corrompe e torna pútrida qualquer carne verde que ela vê pois seu olho holografa o esqueleto subjacente a todo corpo vivo. Viver em mudança. extraído do livro 'Algaravias - Câmaras de Eco' Texto Anterior: Autor faz biografia de Oiticica Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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