São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Jerusalém une desgraça e esperança

ARTHUR NESTROVSKI
ENVIADO ESPECIAL A ISRAEL E TURQUIA

O Sol está se pondo na cidade sagrada de Jerusalém. Do alto da colina, vê-se a cúpula dourada de Qubbat el-Sakhra, pouco acima do Muro das Lamentações. Mais à esquerda, fica a igreja do Santo Sepulcro, construída pelo imperador Constantino sobre o sítio da ressurreição de Jesus.
Tudo é pedra branca, dentro e fora dos limites da cidade antiga. Um helicóptero militar abafa o canto do muezim, chamando os fiéis para a oração, no mesmo horário do início do shabbat judeu. Completando 3.000 anos, a Cidade de Davi, na Terra Santa do judaísmo, cristianismo e Islã, é uma encruzilhada de tradições, até hoje em busca da convivência pacífica.
"Todos se contaminam,/Todos se tocam,/Deixam impressões digitais uns nos outros/E o Anjo da Morte deve ser muito bom detetive/Para diferenciar quem é quem". Esse versos do poeta israelense Yehuda Amichai resumem a desgraça e a esperança de dois povos e três religiões, que dividem essa história e a noite que cai sobre as pedras de Jerusalém.

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sobre Israel nas págs. 6-2 a 6-5.

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