São Paulo, terça-feira, 2 de abril de 1996
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Presidente veta anistia aos sindicatos de petroleiros

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso vetou ontem integralmente o projeto de lei que concedeu anistia às multas aplicadas nos sindicatos dos petroleiros pelo descumprimento de ordem judicial durante greve de maio de 95.
O projeto, que foi aprovado no Senado e na Câmara com o apoio de todos os partidos -inclusive os da base governista-, foi considerado pelo Palácio do Planalto "contrário ao interesse público".
Em fevereiro, durante as negociações com a CUT para a votação da reforma previdenciária, o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, indicava que havia simpatia de FHC à concessão da anistia em uma negociação entre os petroleiros e Justiça do Trabalho.
Amaral dizia que FHC não faria "objeção ou oposição" a um entendimento entre o Tribunal Superior do Trabalho e os sindicatos dos petroleiros. Com isso, segundo Amaral, o presidente estaria manifestando "a sua boa disposição" por esse acordo (entre TST e sindicatos).
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) é filiada à CUT. O valor total da multa é R$ 35,7 milhões, segundo o Ministério Público.
O governo afirma que a anistia "viola a idéia básica que preside o princípio do Estado de Direito, a idéia de respeito e de observância das normas de direito positivo e das decisões judiciais", porque legitima "a insurreição das entidades sindicais contra a decisão do TST", conforme a mensagem ao Congresso.
Para o governo, a concessão de anistia também representaria uma interferência dos poderes Legislativo e Executivo sobre o Judiciário.

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