São Paulo, terça-feira, 2 de abril de 1996
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Tesouro poderá assumir dívidas do BB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Parlamentares querem aproveitar a operação de socorro ao BB (Banco do Brasil) para incluir, no pacote, ajuda a outras empresas -uma pública (Banco da Amazônia) e outra privada (Mendes Júnior Engenharia).
Em análise por uma comissão especial do Congresso, a MP (medida provisória) que aumenta em R$ 8 bilhões o capital do BB recebeu duas emendas que beneficiam o Banco da Amazônia e a Mendes Júnior.
A proposta de ajuda à construtora é do deputado Philemon Rodrigues (PTB-MG).
Construtora
O gabinete do deputado informa que a emenda foi sugerida pela própria diretoria da construtora.
Documento enviado pela Mendes Júnior a Rodrigues serviu de base à emenda.
Rodrigues propõe que a União repasse ao BB recursos que seriam novamente repassados a empresas que realizaram trabalhos para o governo do Iraque, mas não receberam pagamento integral.
Os contenciosos
O governo do Iraque deixou de pagar empresas brasileiras que, durante a década de 80, atuaram naquele país.
Essas dívidas foram assumidas pelo governo, que, como compensação, receberia petróleo iraquiano.
A operação, no entanto, ficou prejudicada quando, em 1990, o Conselho de Segurança da ONU determinou embargo ao Iraque.
Desde então, as partes envolvidas (governo iraquiano, construtoras, Tesouro e BB) tentam chegar a um acordo.
O deputado quer resolver parte da situação: o problema das empresas que não conseguiram receber do governo do Iraque.
Para Rodrigues, segundo o acordo no qual a União assumiria dívidas do governo iraquiano, o BB teria que repassar R$ 892 milhões à Mendes Júnior.
O repasse de recursos do banco para a empreiteira é citado nas justificativas da emenda como "um exemplo de inadimplência a que se viu compelido o BB".
Banco da Amazônia
A proposta de ajudar o Banco da Amazônia é do vice-presidente da comissão que analisa a MP de socorro ao BB, deputado Anivaldo Vale (PPB-PA).
Ele quer incluir na MP de socorro ao BB um dispositivo que permite a injeção de R$ 80 milhões no Banco da Amazônia.
"O objetivo é assegurar condições financeiras para que o Banco da Amazônia possa continuar desempenhando seu importante papel de propulsor da economia amazônica."
O deputado José Pimentel (PT-CE) propõe que o Tesouro pague ao BB dívidas que o banco tem a receber de duas estatais já extintas -IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool) e Cooperflu (Cooperativa Fluminense dos Produtores de Açúcar e Álcool).
Pimentel aponta R$ 29,5 milhões de dívidas assumidas por essas empresas com o BB.

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