São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996 |
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Médico é 'transferido' para ônibus
LUCIA MARTINS
Eles ficarão lá até que o impasse sobre sua situação seja resolvido. No início do ano, eles foram transferidos do hospital de Pirituba por não terem aderido ao PAS (Plano de Atendimento à Saúde). Mas, no final de janeiro, eles conseguiram uma liminar para voltar a trabalhar no hospital. A prefeitura, no entanto, não permitiu que os médicos voltassem ao hospital de Pirituba por achar que "dois sistemas diferentes não podem coexistir no mesmo local". "Não dá para deixar médicos com salários e formas diferentes de trabalhar no mesmo hospital", disse João Baptista de Bernardes Lima Filho, coordenador regional de Saúde da secretaria. No PAS, a administração dos hospitais municipais é feita por cooperativas de médicos. Os médicos recebem pelo número de pacientes cadastrados na região da unidade onde trabalham e não mais um salário da prefeitura. O plano já foi instalado na região de Pirituba, central e leste. Liminar A prefeitura afirma que acatou a liminar da Justiça, uma vez que os médicos voltaram para seu local de origem, a regional da região. O ônibus onde trabalham os médicos fica parado ao lado da ARS-8, regional de Pirituba. O ônibus faz parte da frota de unidades móveis que levam assistência médica a comunidades carentes. A Secretaria Municipal da Saúde afirma que não há nada de irregular no fato de o ônibus não estar funcionando como unidade móvel em Pirituba. "No caso de Pirituba, o ônibus não circula porque a região não precisa dele lá", disse Lima Filho. Os médicos contestam. "O movimento aqui é quase zero. Ficamos sem fazer nada.", diz a pediatra Vera Lúcia Furst, uma das plantonistas do ônibus. Atendimento Ontem, a reportagem da Folha visitou o ônibus. Às 15h30, o médico já havia ido embora. O segurança afirmou que o movimento no ônibus é muito pequeno. Uma outra funcionária, que não quis se identificar, afirmou que os médicos estão reduzindo o plantão a cada dia. Segundo ela, como muitos moradores não sabem que o posto de atendimento existe quase ninguém procura o ônibus. Ontem, apenas dois médicos fizeram o atendimento no ônibus: um pela manhã e outro à tarde. Segundo o CRM (Conselho Regional de Medicina), a situação do ônibus é irregular. Segundo o conselho, o ônibus não possui condições necessárias para que o atendimento seja feito em condições ideais. Texto Anterior: Morrem mais dois pacientes Próximo Texto: Qualidade de vida de Campinas recebe prêmio internacional Índice |
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