São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996
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Federação adia renovação de árbitros

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O plano de remodelação dos quadros de arbitragem em São Paulo, posto em prática neste ano, corre o risco de ser abandonado.
Algumas inovações, como criação de quadros separados por divisão, já foram deixadas de lado.
Em outubro passado, a Federação Paulista de Futebol anunciou um plano para remodelar a arbitragem paulista, abalada por críticas e pelo caso da "fita do suborno", um suposto esquema de fraudes de jogos na Série A-2.
O plano
Um dos pilares desse plano foi o anúncio antecipado dos juízes que iriam apitar em cada série. Na A-1 (primeira divisão), foram anunciados 20 nomes, 12 de São Paulo e 8 de outros Estados.
"Fora dessa lista, ninguém vai apitar na Série A-1, exceto os estrangeiros", disse na época Eduardo José Farah, presidente da FPF, logo após a aprovação da lista pelos clubes.
Foi feito o mesmo com a Série A-2. "Cada Série vai ter um quadro separado. Adotamos a filosofia de que se um árbitro não tem nível para apitar na A-1, ele não vai trabalhar também nas outras séries", explicou em novembro Gustavo Caetano Rogério.
Diretor da Escola de Árbitros e gerente administrativo da FPF, Caetano foi um dos mentores do plano, que incluía também os lançamento de novos juízes nas três primeiras divisões e a definição de obrigatoriedade que todos os juízes fizessem pré-temporada.
Aos poucos, todos os pontos foram abandonados. Em janeiro, dois juízes cariocas, Cláudio Cerdeira e Carlos Elias Pimentel, foram incluídos na Série A-1.
Na pré-temporada, o mineiro Márcio Rezende de Freitas não apareceu. Mais recentemente, o sergipano Sidrack Marinho foi contratado.
E, por fim, os juízes mais jovens, como Sálvio Spíndola e Anemílson Franco dos Santos, foram "rebaixados" para a Série A-2.
A comissão
O presidente da Comissão de Arbitragens, Renato Duprat Filho, assume a mudança: "Passe a régua no que foi definido antes. Esta comissão assumiu em janeiro com uma novo filosofia."
O ex-juiz Ilton José da Costa, membro da comissão que coordenada a realização das escalas dos juízes, dá outra explicação:
"Uma coisa é o plano outra é a realidade. Aquele plano não funcionou. Alguns árbitros não renderam o que se esperava deles".
Para Costa, a questão é técnica: "Todos tiveram chances iguais no começo. Mas alguns deles não as aproveitaram."
A Folha ouviu juízes da Série A-1, que disseram não ter recebido nenhuma informação sobre mudança de critérios das escalas.

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