São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996
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Estatística pode definir convocados

Novidade seduz Ary Vidal

MARCELO DIEGO
DA REPORTAGEM LOCAL

As estatísticas do Campeonato Brasileiro masculino de basquete podem determinar o grupo de jogadores que vai a Atlanta.
O técnico do Corinthians-Pony e da seleção brasileira masculina, Ary Vidal, disse que, devido à sua "influência norte-americana de pensar o basquete", não poderá abrir mão dos dados estatísticos na hora da convocação.
A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) forneceu, no começo da temporada, um computador 486 DX4-100 Mhz para cada uma das 12 equipes participantes.
Contratou uma equipe de estatísticos, que fornecem dados relativos a cada jogador e time.
Os dados apurados permitem divisar, em cada equipe, o melhor rebote, a melhor assistência, quem faz mais cesta de três pontos etc.
"Mas números sempre causam dúvidas. Ainda mais estes, que estão repletos de carências. Não mostra o tempo de posse de bola de cada jogador, o que causa distorções", explicou Vidal.
O técnico disse que trabalhou 17 anos no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) e sempre se pautou por números.
Vidal afirmou que está contente com "organização e capacidade técnica" dos times do Brasileiro.
Ele disse que estudará com a CBB mudanças para o próximo ano. Segundo ele, as estatísticas devem ser feitas com "mais rigor".
"Mesmo assim, é um material muito bom e que não posso desprezar. Não será determinante, mas vou usá-lo."
Desconfiança
Alguns dos treinadores das oito equipes que disputam as finais relutam em confiar nos dados fornecidos pela CBB. O técnico da Franca/Cosesp, Hélio Rubens tem um estatístico próprio.
"Alguns números nossos não batem com os deles. Acho que fazemos um levantamento mais completo, especificando de onde são feito os arremessos."
"Acho que é um bom caminho, mas precisa ser aperfeiçoado. Muitas vezes, tenho um jogador que faz três assistências e nos dados da CBB não aparece nenhuma."
O técnico do Flamengo, Miguel Ângelo da Luz, tem o estatístico Nino Carvalho só para seu time.
Luz, que também dirige a seleção feminina, pretende levar Nino para auxiliá-lo em Atlanta.
"Fazemos a comparação entre nossos números e o da CBB. Alguns foram conflitantes, mas pode ser questão de interpretação."
"Infelizmente, o basquete feminino ainda não usa dados numéricos. Mas o avanço no masculino já me deixa satisfeito e otimista."
Amanhã, a rodada terá um duelo: o cestinha Oscar Schmidt, do Corinthians-Amway, média de 30,1 pontos, pega o pivô Caio, do Nosso Clube-Cosesp, média de 11,9 rebotes. O Corinthians vem de vitória, 116 a 113. (MARCELO DIEGO)

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