São Paulo, sexta-feira, 5 de abril de 1996
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Uma sugestão

WILSON BALDINI JR.

Finalmente o boxe brasileiro conseguiu "nocautear" os interesses dos empresários e colocar frente a frente dois dos melhores lutadores.
É verdade que os supermédios Maurício Amaral e Reginaldo "Holyfield" Andrade possuem mais "qualidades promocionais" que técnicas.
Mas o combate serviu para mostrar quais as reais chances de cada um no pugilismo.
"Holyfield" fez o esperado. Pouca técnica e muita vontade o levaram a ter vantagem nos nove roundes disputados.
Isto porque Amaral foi uma decepção. Para um lutador que teve duas oportunidades de disputar títulos mundiais, contra Chris Eubank (Grã-Bretanha) e Frank Liles (EUA), a sua produção foi desanimadora. Ele teria que tomar a iniciativa do combate desde o início.
Mas preferiu atuar nas cordas os oito roundes iniciais, cansando "Holyfield" e atacando no momento certo. Lembrando Muhammad Ali contra George Foreman, em 74.
Deus me perdoe!
Mas, como diz Éder Jofre, "o maior problema do boxe brasileiro é a falta de técnicos".
E esta foi a "melhor luta brasileira das últimas duas décadas"? Então nem vamos relembrar as anteriores.
E os lutadores não têm culpa, não! Será que ninguém percebe a deficiência no jab de Maurício Amaral? E a derrota ensinou aos empresários de "Holyfield" que apenas enfrentar "galinhas mortas" não vai levar seu pupilo a lugar algum?
Agora falam em revanche para "Holyfield". Ou em um combate entre Amaral e Luciano "Todo-Duro" Torres.
O combate de terça-feira passada provou que lutas entre eles apenas trarão prejuízo aos boxeadores. Melhor seria levar todos aos EUA, em noitadas não muito fortes para que ganhassem experiência e maior qualidade técnica. E sem a cobrança de resultados imediatos.
É uma sugestão.

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