São Paulo, sábado, 6 de abril de 1996
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Revolta marca enterro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O clima de revolta marcou o enterro da estudante Carolina Cardoso de Andrade, 24, ontem, no cemitério Campo da Boa Esperança, em Brasília.
A mãe de Carolina, Maria Vanderlita Andrade, fez um discurso junto à sepultura da filha pedindo a punição dos culpados pela morte da estudante.
Carolina morreu na madrugada de anteontem durante troca de tiros entre a Polícia Militar do Distrito Federal e fugitivos do Cepaigo (Centro Penitenciário Agroindustrial de Goiás).
Carolina passava com seu Fiat Uno pela barreira policial montada no km 33 da BR-60 (rodovia que liga Brasília a Goiânia), a cerca de 50 km do centro da capital federal.
Ela estava acompanhada do colega Celio Pedrazzi, 25, que foi ferido com um tiro no peito.
Discurso
"Quero saber quem vai punir os assassinos de minha filha. Isso não pode ficar impune. Que Deus, todo poderoso, ilumine os donos do poder para que punam os culpados", discursou Maria Vanderlita, diante da sepultura de Carolina.
A Folha presenciou o tiroteio que matou a estudante.
Um policial envolvido na operação afirmou que deu cinco tiros contra o Uno de Carolina por ordem do coronel Paulo César, da PM do Distrito Federal.
O comando da Polícia nega que esse fato tenha ocorrido.
A tia de Carolina e advogada da família, Neilda Andrade, afirmou que os pais da estudante vão esperar a perícia para entrar com uma ação na Justiça contra o Estado.

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