São Paulo, sábado, 6 de abril de 1996 |
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Bernette lança CD gravado no Brasil
JOÃO BATISTA NATALI
Ela permanece, em sua geração, como uma das unanimidades do pianismo brasileiro. Ex-contratada da Deutsche Grammophon, professora aposentada em Hamburgo, na Alemanha, lança agora seu primeiro CD gravado no Brasil. Reuniu 15 peças, do barroco Scarlatti a Rachmaninoff e Villa-Lobos. Eis os principais trechos de sua entrevista à Folha: * Folha - O fato de pianistas como Guiomar Novaes e Magda Tagliaferro serem conhecidas no exterior facilitou sua carreira? Yara Bernette - Guiomar era conhecida nos Estados Unidos e Magda, na França. É pouco. Havia espaço para alguém mais jovem. As dificuldades eram outras. Folha - Quais? Bernette - Não tínhamos concursos que nos credenciassem. Era preciso abrir caminho sozinha. Folha - A sra. foi solista com a Filarmônica de Berlim sob direção de Bohem e de Jochum. Eles mudaram sua visão do instrumento? Bernette - Não foi necessário. Tive a felicidade de ter uma escola musical alemã e uma escola pianística russa. Estava bem preparada. Folha - Dos pianistas brasileiros de gerações que se seguiram à sua, quem a senhora gosta de ouvir? Bernette - Gosto de Nelson Freire, de Arnaldo Cohen. Folha - Ser pianista é profissão? Bernette - Não. É uma missão. Lembro-me que estive num recital do Rubinstein, já com 90 anos. Fui cumprimentá-lo e ele disse: "É dura nossa profissão. Mas, se não me pagassem para tocar, eu faria qualquer serviço e pagaria para tocar." (JBN) Texto Anterior: Da utilidade Próximo Texto: Homenagem confusa reúne rock dos anos 80 Índice |
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