São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Epilepsia atinge índios

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o médico Roberto Geraldo Baruzzi, da Escola Paulista de Medicina, doenças neurológicas, como epilepsia, são comuns entre os índios. Só no Parque Nacional do Xingu existem cinco casos para uma população de 4.000 índios.
Segundo Baruzzi, a média de casos de epilepsia entre os índios é semelhante à existente na população não-indígena. Baruzzi acompanha há 30 anos a saúde dos índios do Xingu. Umoro, filho de Raoni, era um dos seus pacientes.
O tratamento de um índio com epilepsia é feito à base de Gardenal, o mesmo medicamento utilizado por doentes comuns. Toma-se um comprimido por dia, para evitar crises.
O sertanista Orlando Villas Boas diz ter presenciado problemas de saúde bem mais graves entre indígenas do Xingu. Um índio da tribo trumai teve um surto esquizofrênico e passou 14 dias embrenhado na mata.
"Quando voltou, os parentes mataram ele. Achavam que ele estava endemoninhado", diz Villas Boas. Para ele, as doenças mais comuns são respiratórias.
Há casos de pneumonia e tuberculose. Outra doença muito comum é a malária. O curioso, segundo Baruzzi, é que não há registro de um único caso de diabetes entre os índios do Xingu.
(EN)

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