São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Taubaté abriga líderes de motins

ISNAR TELES
DA FOLHA VALE

Taubaté concentra líderes de motins
Dois presídios na região do Vale do Paraíba estão em constantes riscos de rebeliões e são considerados pelas próprias direções como "barris de pólvora".
A Penitenciária 1, em Tremembé, e o Anexo Penitenciário da Casa de Custódia e Tratamento, em Taubaté, conhecido como "Piranhão", abrigam cerca de 1.200 detentos com pena média de 50 anos de condenação.
O Anexo Penitenciário de Taubaté abriga atualmente 160 detentos. Desse total, 70 participaram de rebeliões no Estado.
Os dois presídios estão localizados no eixo penitenciário Taubaté-Tremembé, formado por cinco prisões que acolhem cerca de 2.000 detentos.
"Essa rebelião em Goiás foi amplamente negativa. Os presos acompanharam tudo pela TV. É o tipo de situação que pode gerar um ambiente de insatisfação entre a população carcerária", disse o diretor da Penitenciária 1, José Hugo Cursino, 47.
A penitenciária já foi palco de uma das maiores rebeliões do Estado, ocorrida em março de 95. Durou 98 horas e 37 pessoas foram mantidas como reféns.
Vigilância
Segundo o diretor José Ismael Pedrosa, a vigilância é redobrada em razão dos riscos de motins. O local passou a confinar ex-participantes de rebeliões desde o ano passado. "O anexo foi criado para manter em rígida disciplina os presos mais problemáticos para o Estado."
Entre os presos do anexo está o detento Élcio Carlos Arcanjo, 29, o "Macalé", que já liderou dois motins. Também estão no isolamento presos famosos, como Florivaldo de Oliveira, o "cabo Bruno", e o traficante de drogas Abidiel Rabello.

Texto Anterior: O sistema prisional do Estado de SP
Próximo Texto: Tráfico de droga não perdoa nem basílica
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.