São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Tráfico de droga não perdoa nem basílica

Aparecida tem prostituição

MARCOS MEIRELLES
DA FOLHA VALE

O município de Aparecida (170 km de São Paulo), sede do maior santuário católico do país, abriga também atividades "malditas", como a prostituição, o tráfico de drogas e a briga de gangues.
Nos últimos três meses, a Polícia Civil do município vem sendo surpreendida pelo avanço do tráfico em locais "sagrados", como a própria Basílica Nacional.
O delegado Anísio Galdioli, 40, anunciou a abertura de investigações para apurar o aumento do tráfico no pátio da basílica.
Tecnologia
Uma das dificuldades da PM de Aparecida para combater o tráfico são as "inovações tecnológicas" dos traficantes.
Segundo a polícia, eles estão adquirindo aparelhos de rádio que têm a capacidade de interferir na frequência da PM.
Houve até uma diversificação do mercado -há 15 dias, a polícia apreendeu, pela primeira vez na cidade, 20 pedras de crack.
O subcomandante da PM em Aparecida, tenente João Batista Prado, disse acreditar que a situação está sob controle.
Prostitutas
A rede de prostituição em Aparecida está concentrada em cinco postos de distribuição de combustível ao longo da via Dutra.
O caminhoneiro Paulo Silva Peixoto, 30, de Jaguarari (BA), disse que as prostitutas cobram, em média, R$ 30 por um programa. "Tem posto que é quente, é onde a turma gosta de ir. Às vezes, vale a pena bancar um programa."
O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Aparecida investiga, desde fevereiro, uma denúncia de prostituição infantil na basílica.
A atuação de gangues, formadas por adolescentes entre 15 e 18 anos, também já obrigou a polícia de Aparecida a organizar operações especiais em conjunto com a Justiça.

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