São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Salário motivaria denúncias

DA SUCURSAL DO RIO

Ivan Bastos, presidente do Clube de Oficiais da PM, admite que, por trás das denúncias relativas à compra das armas e do sistema de rastreamento, está uma campanha salarial.
"Esses fatos foram levantados a partir do momento que o governo disse que não tem recursos para aumentar os salários", afirmou.
A estratégia do Clube de Oficiais é confrontar os salários dos policiais com o custo dos novos equipamentos. "Como o governo tem dinheiro para comprar armas e sistema de satélites que não funcionam e não tem dinheiro para dar o aumento de salário?", disse.
Segundo Bastos, o último aumento salarial da categoria foi em maio de 95, quando os aumentos variaram de 10% a 31%, de acordo com o tempo de serviço e estado civil de cada policial.
"Quando o Marcello Alencar (governador, PSDB) estava em campanha, ele foi aos quartéis e prometeu que daria um abono salarial de 100% logo no início de seu mandato e, até agora, nada", disse.
Bastos acredita que os salários da PM estão nivelando por baixo os candidatos a policiais.
"A PM está recrutando cada vez menos gente qualificada. Quem vem para a PM hoje é aquele que não consegue se colocar no mercado de trabalho e sabe que, com a carteira de policial, pode trabalhar de segurança e ganhar dinheiro."
Os salários da PM variam de R$ 267,50 para soldados até R$ 2.696,96 para coronéis. Neles estão incluídas gratificações e auxílios.

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