São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Rio quer retirar presos de delegacia

Secretário acha que a situação é 'privilegiada'

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

A retirada de delegacias do Estado de entre 1.700 e 1.800 presos condenados é objetivo do Departamento do Sistema Penintenciário do Rio de Janeiro (Desipe).
O diretor geral do Desipe, José Afonso Barreto de Macedo, diz que até junho conseguirá remover esses presos para institutos penitenciários -a legislação proíbe que presos condenados fiquem nos mesmos locais que outros que ainda aguardam julgamento.
Macedo afirma que a inauguração de novas unidades e as obras de ampliação e reforma em institutos já existentes permitirão a abertura de mais 3.000 vagas para presos condenados no Estado.
Ele diz que, no início de sua gestão, no ano passado, encontrou cerca de 3.500 presos condenados mantidos em delegacias.
Apesar da abertura de vagas, Macedo admite que o sistema abriga uma quantidade de presos de 5% a 10% superior à sua lotação.
Segundo Macedo, existem cerca de 10.500 presos nas 27 unidades administradas pelo Desipe.
O sistema inclui a penitenciária de Bangu 1 (zona oeste do Rio) que, com 48 celas individuais, é classificada como de "segurança máxima".
O diretor do Desipe afirmou que a situação está tranquila nas penitenciárias do Rio. Ele ressalta que rebeliões não têm ocorrido e afirma que o índice de fugas está próximo de zero e chega a classificar de "privilegiada" a situação do sistema penitenciário do Estado.
Macedo diz também que conseguiu controlar a guerra entre integrantes de facções criminosas -as principais são o CV (Comando Vermelho) e o Terceiro Comando.
Ele afirma que tem evitado subordinar a administração do Desipe às regras das facções rivais. Mesmo assim, admite não ter conseguido eliminar a prática de evitar juntar num mesmo local presos que pertenceriam ao CV com outros que estariam ligados, por exemplo, ao Terceiro Comando. O desrespeito a esta "regra" já foi causa de choques entre presos.

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