São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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'Taxistas me tiram do sério'

DA REPORTAGEM LOCAL

Elas não perdem uma oportunidade que lhes surge pela frente. Se estão na praia e o salva-vidas se engraça, topam transar no mar. Se é o motorista de táxi que dá mole, perdem o itinerário.
"Tem um motorista que trabalha no ponto em frente à minha casa que me tira do sério", diz a professora Carla, 29. "Parece o cigano da novela (Ricardo Macchi)."
A primeira vez de Carla com o cigano-taxista foi em uma corrida forjada. "Um dia resolvi entrar no táxi e fingi que estava indo para o trabalho. Orientei ele como se fosse para o Centro mas, no meio do caminho, ele mudou o percurso."
Carla conta que ficou ao mesmo tempo nervosa e excitada. "Ele me olhava pelo retrovisor de um jeito irresistível. Eu correspondi."
Os dois foram parar em um hotel perto da Marginal Tietê. "Fiquei freguesa", diz.
Com a bióloga Lúcia, 35, a transa aconteceu no mar. "Estava na praia com uns amigos gays que me chamaram atenção para um salva-vidas maravilhoso", conta. "O dia estava nublado e tinha pouquíssima gente ali."
Lúcia fez sinal para o salva-vidas e entrou no mar. "Ele foi atrás e transamos lá no fundo. Dava adeuzinhos para os meus amigos, que me acham uma louca, e foi muito divertido", diz.

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