São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Sem comparações

TELÊ SANTANA

Algumas coisas mudaram no São Paulo, desde que eu saí do clube por problemas médicos.
Os diretores ficaram um pouco perdidos e passaram a querer reforçar o time para o Paulista de qualquer maneira, fazendo, muitas vezes, maus negócios.
Acho que eles estão se preocupando demais com os outros grandes clubes, como Corinthians e Palmeiras, que têm jogadores de nome em seus elencos.
Isso não deveria acontecer. O São Paulo tem que seguir seu próprio caminho.
Só gastar dentro de suas possibilidades.
Nós já estivemos por cima, melhor que os demais, mas o difícil é enfrentar o outro lado, a fase ruim.
Essa fase só vai passar se os diretores tiverem tranquilidade. Em vez de contratar no desespero, deveriam prestigiar e dar força aos bons jogadores que o clube já tem.
Os quatro que foram para o Cruzeiro (Gilmar, Vítor, Donizete e Aílton), por exemplo, poderiam ainda render bons frutos ao clube.
Por falar em São Paulo, alguns jornais estão insinuando que eu poderia voltar como gerente de futebol, ou em algum cargo administrativo, onde teria menos desgaste.
Quero deixar bem claro, mais uma vez, que, se eu retornar, será para fazer aquilo que eu gosto e aquilo que eu sei. Ou seja: ser treinador de futebol.
Os médicos me aconselharam um pouco mais de repouso, mas, quando eu me sentir bem, posso voltar ao trabalho.
Minha primeira intenção é retornar ao São Paulo e reassumir meu compromisso com o clube, que iria até julho.
Afinal, não esperava sair do São Paulo dessa maneira.
Mas os diretores devem decidir o que é melhor para o clube. Se é melhor que o Muricy continue como técnico, também tudo bem.
Só não quero ser contratado para uma nova função, que não sei desempenhar, só pelo meu passado no clube.
Mas os diretores não devem se preocupar com isso agora. Por enquanto, estou licenciado e não recebo salário.
Depois, quando eu estiver pronto para voltar, podemos conversar e decidir o que é melhor para o São Paulo.

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