São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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População pode recriar biodiversidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o antropólogo Antonio Carlos Diegues, do Programa de Pesquisa e Conservação de Áreas Úmidas da USP, o estudo, que procurou determinar quais as áreas de prioridade da América Latina e Caribe, deixou de considerar as populações locais que têm conhecimento da biodiversidade de uma determinada região.
"No caso brasileiro, é importante considerar as populações altamente conhecedoras de biodiversidade, como populações indígenas, ribeirinhas e caiçaras", diz.
Segundo o cientista, que participou do encontro, em Miami (EUA), que definiu essas áreas, hoje a biodiversidade não é só um conceito das ciências naturais.
"Biodiversidade pode ser criada e recriada por populações. É sabido, por exemplo, que algumas populações indígenas concentram e recriam biodiversidade".
Segundo Diegues, é "claro" qualquer ação humana sobre uma região provoca um impacto.
"Mas muitas vezes não podemos analisar o impacto dentro da concepção que conhecemos, como uma grande alteração do meio biótico. Ao contrário, o 'impacto' pode ser muito salutar, como no caso de populações indígenas".
Segundo ele, provavelmente a configuração das áreas prioritárias de conservação mudaria se se considerasse a presença e a importância dessas populações.

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