São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Associação põe mulheres no mercado

ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A busca da reciclagem profissional tem levado as mulheres a procurar apoio em associações exclusivamente femininas.
A Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de São Paulo (AMNPSP), que existe no Brasil desde 1989, é voltada para estabelecer a mulher no mercado de trabalho. A AMNPSP faz seminários, cursos, workshops e feiras.
"Pela nossa legislação, 25% das sócias podem nunca ter trabalhado antes. Ajudamos a treinar essas mulheres e inserí-las no mercado", afirma Maria Lúcia Alvarenga de Souza, 56, presidente.
A AMNPSP tem uma parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo, que presta assessoria e dá cursos.
"Hoje em dia não podemos mais perder tempo com o chá das cinco", diz Eneida Bonito, 56, da EAD Jet-Courier e sócia da AMNPSP.
A associação tem hoje cerca de 300 mulheres e, junto com mais 29 associações, compõe a Federação das Associações de Mulheres e Profissionais de Negócios do Brasil, com 2.000 associadas.
Tiny Machado de Campos, 50, advogada, também associada, procurou a associação para encontrar pessoas diferentes. "Lá, fiz amigas muito inteligentes."
Mas nem tudo são flores. "A associação tem politicagem, situação e oposição, como qualquer outra organização", afirma Tiny.
A Federação Internacional de Mulheres Profissionais e de Negócios foi fundada em 1939, na Suíça, para promover amizade e apoio mútuo entre as mulheres.
Para a fundadora, Lena Madesin Phillips, as mulheres não poderiam ter igualdade com os homens sem uma base econômica.
Hoje, a federação abrange 70 países, com mais de 250 mil associadas. A federação internacional tem ainda representantes na ONU (Organização das Nações Unidas).
Factoring
As mulheres também vêm se destacando em uma área tradicionalmente masculina do mercado financeiro: o factoring. O setor movimenta R$ 1 bilhão por mês.
Factoring é uma assessoria mercadológica, que avalia riscos e gestão empresarial. Faz ainda a compra de crédito de empresas, resultantes de suas vendas à prazo.
A participação das mulheres nessa área cresceu de 3% para 14% nos últimos cinco anos, segundo a Anfac (Associação Nacional do Factoring), que tem curso na área.
Para Luiz Lemos Leite, 66, presidente da Anfac, as mulheres são mais aplicadas que os homens. "São as que mais seguem as leis, as mais linha dura e bem-sucedidas."
Eliana Jorge Rosalino, 39, da Lycarion Factoring Fomento Mercantil, entrou na área há três anos no escritório de seu marido.
"Acredito que as mulheres levam vantagem porque tratam os clientes com mais psicologia."

Onde encontrar - AMNPSP - (011) 240-5702, para São Paulo, ou (011) 257-1961, para demais localidades; Anfac - (011) 289-8711.

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