São Paulo, segunda-feira, 8 de abril de 1996
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Pacientes esperam até 3 horas por raios X

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 20 pessoas deixaram o Hospital Waldomiro de Paula, em Itaquera, (zona leste de SP) sem conseguir tirar raios X, após uma espera na fila de uma a três horas.
O equipamento de raios X do hospital, onde o PAS (Plano de Atendimento à Saúde) foi implantado na última terça-feira, estava quebrado.
Segundo um dos dois técnicos responsáveis pela máquina, Carlos Roberto Silva, o problema começou às 13h30.
Com a implantação do PAS, o serviço de raios X do hospital, assim como os de vigilância e limpeza, foi terceirizado. A empresa que opera o equipamento é a CTC -Centro de Tomografia Computadorizada.
A administração dos hospitais municipais do PAS é feita por cooperativas de médicos e funcionários, com recursos repassados pela prefeitura, que paga R$ 10 por paciente cadastrado. No módulo Itaquera, o Waldomiro de Paula é o hospital de referência.
A princípio, pensava-se que a falha era a falta de um revelador, mas depois constatou-se que a máquina estava com defeito.
O problema só foi resolvido às 17h, quando os 15 pacientes que ainda esperavam foram levados para os hospitais de São Mateus (que é estadual) e para o Geral de Guaianazes (particular).
Alguns pacientes, como a assistente de direção Sueli Ribamonte e Luana Dias da Silva, 3, levada pelos pais, desistiram de esperar e foram para hospitais particulares.
Luana caiu da escada e estava há duas horas na fila quando o pai, irritado, resolveu levá-la embora.
Nivaldo Francisco, que foi atropelado, esperava desde às 14h. Os pacientes só foram avisados que não seriam atendidos às 16h30.
Segundo o diretor do módulo Itaquera do PAS, Juracy Batista de Souza Filho, os pacientes não foram removidos antes porque a direção do hospital não havia sido comunicada pelos técnicos.
No Hospital Municipal Mauro Pires da Rocha, no Campo Limpo (zona sul), cerca de 60 pacientes deixaram de ser atendidos por falta de clínico-geral no plantão.
O secretário municipal da Saúde, Roberto Paulo Richter, afirmou que vai punir os médicos que faltaram.
Moças-PAS
Nesta semana, no hospital Waldomiro de Paula, cerca de dez moças vão receber os pacientes na entrada do pronto-socorro e cuidar para que sejam bem atendidos.
Elas vão anotar os dados do paciente, hora de chegada e saída e encaminhá-los para atendimento.
As "moças-PAS" serão contratadas pela cooperativa que gerencia o hospital, e trabalharão com a camiseta do programa. Elas devem receber cerca R$ 600 por mês por oito horas de trabalho.
A princípio, as moças trabalharão apenas durante o dia, e só no hospital de Itaquera. Se a experiência der certo, a secretaria vai sugerir que as outras cooperativas também adotem o serviço.

Colaborou a FT

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