São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996
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Polícia de GO admite saída de preso do país

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

Dois ou três fugitivos do Cepaigo (Centro Penitenciário Agroindustrial de Goiás) já teriam conseguido deixar o país, segundo o superintendente da Polícia Judiciária de Goiás, delegado Nilpho Sebastião Naves.
"Eles fatalmente retornarão ao país. Se preciso, vamos recorrer à Interpol", disse.
O delegado convocou ontem a imprensa para anunciar uma nova lista de fugitivos e detentos recapturados pela polícia. Os dados continuam confusos.
Nas contas da Polícia Civil, 51 presos teriam conseguido escapar durante a rebelião no presídio -em que 28 pessoas, incluindo a cúpula do Poder Judiciário e da Secretaria de Segurança Pública foram mantidas como reféns por até 151 horas.
O superintendente tenta explicar as contradições como um resultado da total "desarticulação" dos arquivos do Cepaigo. Parte das fichas dos presidiários teria sido queimada durante o motim.
Até aqui, a identificação dos presos já recapturados tem sido feita a partir de exames datiloscópicos (com base em impressões digitais), cujos resultados só então são comparados com as fichas em poder da polícia.
O sequestrador Leonardo Pareja será interrogado e deverá ser incriminado no inquérito que investiga o motim.
O delegado Siron Avelar, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), que comanda a investigação iniciada na segunda-feira, já ouviu seis dos rebelados e pretende concluir o inquérito dentro do prazo legal de 30 dias.
Os depoimentos já colhidos mostram a origem do motim. Avelar afirma que nove presos planejaram e executaram a fuga.
Segundo ele, Pareja não fazia parte daquele grupo, mas deverá ser indiciado por três motivos.
"Ele arrebentou cadeados, contribuiu para que a fuga dos amotinados ocorresse e fugiu."

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