São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996 |
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Prefeitura recua e PAS vai atender também aidéticos
DA REPORTAGEM LOCAL; DA FT O secretário municipal da Saúde, Paulo Richter, recuou ontem da decisão de não dar atendimento médico aos portadores de Aids nas unidades de saúde ligadas ao PAS (Plano de Atendimento à Saúde).Durante a tarde, Richter disse que os aidéticos seriam atendidos em "hospitais-dia" sustentados pela prefeitura, e não pelas cooperativas. O secretário prometeu construir 11 "hospitais-dia" junto às cooperativas do PAS. No início da noite, o secretário Richter mudou o discurso, e afirmou que os portadores de Aids serão atendidos pelas cooperativas quando necessitarem de internação, e pelos "hospitais-dia" no caso de atendimento ambulatorial. Richter não informou quanto será investido nesses centros especializados, que serão instalados junto às 11 unidades do PAS. "Nosso objetivo é dar uma atendimento de melhor qualidade aos aidéticos, que não poderia ser dado pelas cooperativas", disse. Segundo a Secretaria da Saúde, existem hoje em São Paulo 8.000 doentes de Aids. Para eles, a prefeitura destina 40 leitos nos 14 hospitais que possui em sua rede. Além desses leitos, a prefeitura mantêm dois "hospitais-dia". Um fica em Sapopemba (zona leste) e o outro em Santana (zona norte). O PAS criou cooperativas de médicos e funcionários que assumiram as unidades da prefeitura. Essas cooperativas recebem R$ 10,00 por paciente cadastrado. Desde que o PAS foi anunciado, o Conselho Regional de Medicina tem afirmado que os R$ 10,00 repassados pela prefeitura não seriam suficientes para o atendimento de pacientes mais caros, como os de Aids ou os doentes de câncer. Ontem, Richter inaugurou uma maternidade com 62 leitos e capacidade para 200 partos por mês no Hospital de Pirituba. Campo Limpo Quatrocentas pessoas deixaram de ser atendidas ontem no hospital Doutor Fernando Mauro Pires Rocha, no Campo Limpo (zona sul). Segundo funcionários que não quiseram se identificar, o hospital não tem profissionais em número suficiente. O secretário Richter afirmou que o episódio só reforça a idéia de implantar o PAS na região, o que deve acontecer em 15 dias. Colaborou a FT Texto Anterior: Grupo inicia trabalho para construção de memorial Próximo Texto: Serviço de aborto pode ser afetado Índice |
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