São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996 |
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Mullova mostra história das sonatas
LUIS S. KRAUSZ
Formada pelo Conservatório de Moscou, Mullova está se apresentando atualmente no hemisfério norte com a Filarmônica de Berlim, sob a regência de Kurt Masur e com a Orquestra de Paris. No programa desta noite estarão a "Sonata em Sol Maior", de Bach, a "Sonata nº 5 em Fá Maior Primavera", de Beethoven e a "Sonata nº 3 em Sol Menor", de Debussy. Leia a seguir trechos da entrevista concedida à Folha, por telefone. * Folha - O programa que você e Jean Louis Steuerman estarão apresentando traz algumas das composições para violino e piano mais famosas de todos os tempos. Como foi feita esta escolha? Viktoria Mullova - Nós resolvemos escolher algumas peças que ambos conhecemos muito bem, e das quais gostamos muito. Folha - Houve uma preocupação, no programa, no sentido de mostrar uma evolução histórica do gênero sonata? Mullova - De certa forma sim, mas acho que entre Brahms e Bach existe uma distância enorme, infranqueável. Bach me parece muito mais próximo do jazz -ou de Stravinsky- do que de Brahms. Folha - Sua formação foi no Conservatório de Moscou, onde você começou sua carreira. Quando você emigrou para o ocidente? Mullova - Eu não emigrei. Eu fugi, em 1983, primeiro para os Estados Unidos. Passei alguns anos em Nova York e depois me radiquei na Europa. Vivi em Viena e atualmente estou radicada em Londres. Folha - Você é conhecida pela abrangência de seu repertório. Você tem compositores favoritos? Mullova - Sim. Gosto muito de tocar Bach, Stravinsky, Bártok, Shostakovitch... Depende muito de meu humor. Quando se toca a mesma peça muitas vezes, fica-se cansado. Então, é preciso esperar um tempo para poder voltar a ela. É uma coisa extremamente subjetiva. Folha - E quanto à música contemporânea? Mullova - Estou extremamente interessada. Ouço muito e estudo muita música contemporânea, na sua maior parte de compositores praticamente desconhecidos. Acho que é um aprendizado. O quê: Viktoria Mullova e Jean-Louis Steuerman Onde: Hebraica (r. Hungria, 1.000, tel. 818-8888), hoje às 21h Ingressos: de R$ 15 a R$ 30 Texto Anterior: Produtora confirma saída de Sônia Braga de nova novela Próximo Texto: Van Eyck chega da Holanda para homenagear Lina Bo Bardi Índice |
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