São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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Piloto reclama da operação em Congonhas

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Um piloto da ponte aérea Rio-São Paulo reclamou com a torre de controle da pouca distância entre aviões no momento em que se aproximava da pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, anteontem.
O piloto estranhou o fato de o controlador da torre pedir que mantivesse 3 milhas (4,8 km) entre seu avião e outro que estava na pista, se preparando para decolar.
O diálogo foi gravado pelo repórter Robert Zwerdling, da rádio Jovem Pan (veja texto abaixo).
Na gravação, o controlador afirma que o aeroporto "opera fora dos regulamentos" e que o piloto era o primeiro a reclamar.
Segundo Ruy Ciarlini, 31, diretor regional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo, a distância de três milhas é usual em Congonhas nos horários de pico e, em geral, não coloca em risco aviões ou passageiros.
"As regras internacionais prevêem como ideal manter 5 milhas (8 km) de distância, mas admitem baixar para 3 milhas se um dos aviões está na pista", afirmou.
"O controlador precisa avaliar se há condições de diminuir a separação, levando em conta a posição dos aviões, sua velocidade e o tráfego da área", acrescentou.
'Desabafo'
Ele disse que as informações contidas na gravação são insuficientes para afirmar se a operação foi feita fora de padrões aceitáveis.
"Seria preciso saber a velocidade e a posição exata dos aviões para dizer." Ele afirmou que a declaração do controlador, de que operava fora do regulamento, foi "apenas um desabafo".
Outros controladores de vôo ouvidos pela Folha afirmaram que a separação de três milhas é normal. Mesmo quando apresenta problemas, como aproximação exagerada de aviões, não gera acidentes.
O mais comum é que o avião que chega para aterrissar seja obrigado a arremeter (cancelar o pouso e retomar altitude), procedimento que não colocaria os passageiros em risco (veja quadro ao lado).
Aeronáutica
O Ministério da Aeronáutica foi procurado ontem pela Folha para se manifestar sobre o caso, mas não deu retorno ao pedido de informações até as 19h.

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