São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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Royal Winnipeg estréia no Municipal

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Royal Winnipeg Ballet, que estréia hoje no Municipal como uma das atrações do evento "Canadá Capital São Paulo", é a melhor e mais antiga companhia de dança clássica de seu país.
Fundada em 1939, com o nome de Winnipeg Ballet Club, recebeu o título de "Royal" em 1953, da Rainha Elizabeth 2ª, da Inglaterra. Ao contrário das grandes companhias internacionais, que mantêm elenco numeroso, o Royal Winnipeg reúne apenas 26 bailarinos.
"É o que podemos nos permitir, já que somos mantidos pelos cidadãos de Winnipeg", diz André Lewis, diretor artístico do grupo.
No entanto, o elenco "enxuto" não limita o repertório do grupo, que conta com alunos graduados de sua escola para grandes produções.
Balé clássico
Interpretando uma coleção eclética de obras, o Royal Winnipeg tem como lema cultivar o alto padrão da dança clássica e explorar gêneros contemporâneos.
Capital de Manitoba, Winnipeg possui, segundo Lewis, um público conservador, receptivo ao balé clássico. Com relação ao movimento de dança moderna canadense, que tem como sede Montréal, Lewis afirma que se mantém distante.
Ele salienta que dificilmente convidaria coreógrafos que representam a "nova onda", como Édouard Lock, do grupo La La La Human Steps, ou Jean-Pierre Perrault, para trabalhar com a companhia. "Só os chamaria se, antes, explicassem muito bem o que criariam para nós", justifica.
Contemporâneos
Entre os coreógrafos modernos que o Royal Winnipeg interpreta estão alguns dos melhores que fazem da técnica clássica sua matéria-prima -entre outros Kenneth MacMillan, Jiri Kylian, Rudi van Dantzig e William Forsythe.
Para a temporada em São Paulo, Lewis escolheu um programa que revela a diversidade do repertório do grupo. De Marius Petipa (1818-1910), há o popular pas-de-deux de "Don Quixote", criado 127 anos atrás.
Autores canadenses
As duas outras peças do programa foram escolhidas para apresentar autores canadenses ao público brasileiro. "Theft", de Brian MacDonald, utiliza o "Quarteto para Cordas nº 5 Rosalind", de Murray Schafer, para falar de morte.
Encerrando o programa, há "Miroirs", de Mark Godden, talento da nova geração, cujas obras se destacam pela plasticidade visual. Cada uma das cinco partes de "Miroirs" termina como uma grande composição pictórica.

Espetáculo: Royal Winnipeg Ballet
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 222-8698)
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Ingressos: R$ 10 a R$ 80

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