São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 1996 |
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Lideranças gays criticam o relator Grupo do Rio desaprova projeto GILBERTO DE ABREU
O vice-presidente do Grupo Atobá, Raymundo Pereira, não duvida que o projeto seja reprovado. "Não entendo como a Marta deixou seu projeto nas mãos de um homófobo. Agora, se ele aprovar, pode ter certeza que será reeleito pelos gays", disse. Pereira ressaltou que o Brasil seria o primeiro país das Américas a legitimar a união homossexual e que espera pressões internacionais caso o projeto seja reprovado. Para Augusto Andrade, do Grupo Arco Íris de Conscientização Homossexual, só o fato de o projeto ter sido colocado na Câmara já é motivo de comemoração. Segundo ele, a discussão pública do tema ajuda a combater o preconceito. "Não brigamos por um casamento de véu e grinalda, mas por uma questão de direitos de cidadania. Vivo com meu companheiro há 12 anos e não temos nenhuma lei que nos apóie quanto à divisão dos bens em caso de morte", disse. João Antônio de Souza Mascarenhas, presidente do Triângulo Cor de Rosa, considera o projeto de legitimação de casamento homossexual "uma bobagem". "A escolha de Jefferson como relator é só mais um equívoco. A questão de sexo e do afeto não deve estar permeada por leis, especialmente se relacionadas ao patrimômio do casal. O casamento, hetero ou não, não deve ser visto como um negócio", afirmou. Embora discorde da escolha do petebista para relatar o projeto, a advogada Sarandah Villas-Boas, vice-presidente do Barrales Cult (movimento de lésbicas) espera que ele seja imparcial. "Está na hora de tratar a questão da orientação sexual de modo mais sério, sem preconceitos. Jefferson, apesar de direitista, deveria não ser tendencioso", disse. Texto Anterior: MST decide manter a invasão do Incra Próximo Texto: Universal reavalia boicote contra P&G Índice |
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