São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 1996
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Professora acredita que será punida

DA REPORTAGEM LOCAL

A professora Maria Aparecida Feitosa, 41, que anteontem discutiu com o prefeito Paulo Maluf, acredita que sofrerá punição, embora a considere injusta. "Não desacatei ou ofendi o prefeito", afirmou ontem.
Durante visita à escola municipal Heitor de Andrade, em Veleiros (zona sul), Maluf comentou que, se fosse professor da colégio, compraria tinta e pintaria as paredes, que estão pichadas.
Maria Aparecida respondeu ao prefeito que os professores ganham pouco para isso. Maluf então pediu o nome e o número funcional da professora, entregou-os ao secretário da Educação, Sólon Borges dos Reis, e insinuou que ela sofreria punição.

'Apenas uma pergunta' Ontem, Maria Aparecida disse que apenas fez uma pergunta ao prefeito: "Mas como vamos pintar, se ganhamos pouco?"
Ela afirmou que voltaria a "perguntar a mesma coisa" ao prefeito. A professora dá aula na rede municipal desde 83 e ganha R$ 750,33 mensais líquidos, por 40 horas semanais.
Segundo o presidente do sindicato dos professores municipais, Cláudio Fonseca, 45, "não é caso para punição", mas, em tese, a professora poderia ser exonerada, suspensa ou advertida. "Em todos os casos caberia recurso."
Decisão do secretário A assessoria do prefeito disse ontem que a questão seria decidida pelo secretário da Educação. Borges dos Reis não retornou as ligações da Folha, feitas desde a manhã de ontem.
O secretário é também presidente do Centro do Professorado Paulista, -um dos sindicatos estaduais de professores. "A entidade é contrária a qualquer tipo de punição", disse a vice-presidente, Loretana Pancera, 68.

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