São Paulo, sábado, 13 de abril de 1996 |
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Malan nega dados do Banespa ao Senado
LUCAS FIGUEIREDO
Malan se recusa a fornecer informações sobre o banco, alegando sigilo bancário. A atitude vem irritando os senadores. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou ontem que irá pedir à mesa do Senado, na próxima semana, autorização para quebra de sigilo bancário do Banespa. Suplicy integra uma comissão de senadores formada para acompanhar a situação do banco. Antes de decidir se dá ou não um aval político ao acordo fechado entre os governos federal e paulista, o Senado quer que o ministro envie mais informações sobre as contas do banco (balancete do ano passado, composição da dívida, lista dos maiores devedores etc). A Folha apurou que o ministro já informou a alguns senadores -antes mesmo de receber formalmente o pedido do Senado- que não irá liberar todas informações sobre o Banespa. Para não encaminhar as informações, Malan vem argumentando que a Procuradoria Geral da Fazenda teria emitido parecer contrário à liberação dos dados. Acordo Caso seja decidida a quebra do sigilo bancário do Banespa, isso atrasará ainda mais o andamento da operação de socorro ao banco. O próprio governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), não esconde seu descontentamento com a falta de decisão sobre o futuro do Banespa e ameaça até mesmo desistir do acordo. O banco estadual paulista está sob intervenção do Banco Central há 15 meses. Os governos federal e de São Paulo levaram mais de um ano para fechar as bases do acordo e desde o mês passado a operação está nas mãos do Senado. "Os dados sobre o banco são essenciais para que o Senado possa se aprofundar sobre o caso. Não podemos dar o aval sem conhecer todos os números", afirma o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado), Gilberto Miranda (PMDB-AM). Entrave O acordo está paralisado no Senado justamente por causa do requerimento de informações encaminhado a Malan. O regimento interno da Casa determina o bloqueio do andamento de questões como a do Banespa enquanto as informações pedidas não são enviadas. A demora na finalização das negociações está deixando o acordo ultrapassado (leia texto abaixo). O Banespa tem um rombo de R$ 17 bilhões, enquanto a operação de socorro prevê uma injeção de R$ 15 bilhões no banco. Texto Anterior: Partido racha em Ipatinga Próximo Texto: Impasse pode levar banco à federalização Índice |
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