São Paulo, sábado, 13 de abril de 1996
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Operações chegaram a R$ 4,5 bi

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O Banco Nacional passou a utilizar uma contabilidade paralela para as 652 contas que aparentemente continham créditos fictícios pelo menos a partir do ano passado.
Desde então, os valores de cada uma das contas foram ficando mais expressivos.
Ao final do ano, quando foi realizada a intervenção do BC (Banco Central) no Nacional, os valores variavam entre R$ 7 milhões e R$ 8 milhões por conta.
Assim, o montante total das operações atinge pelo menos R$ 4,5 bilhões (R$ 7 milhões por conta).
Código
O procurador da República Rogério Nascimento disse que as contas todas tinham, internamente, o código 3.000.
Essa designação seria usada para diferenciá-las das demais.
Este código foi utilizado por já existir no sistema, estando em desuso desde o Plano Cruzado.
Originalmente, em 1986, tinham sido utilizadas para separar as contas em cruzeiros das contas na nova moeda, o cruzado.
Como no ano passado não havia mais cruzados, ela não tinha motivos para ser utilizada, mas, mesmo assim, ainda estava no sistema.
Nascimento afirmou que ainda está em apuração o motivo da utilização deste sistema por funcionários do Banco Nacional.
Ele acredita que seria "para iludir o Banco Central", pois as contas já eram inacessíveis para os funcionários do banco.

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