São Paulo, sábado, 13 de abril de 1996
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Celular não causa câncer, sugere estudo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Estudos científicos preliminares realizados nos Estados Unidos ainda não encontraram evidência de que telefones celulares possam provocar problemas de saúde em seus usuários.
Pesquisa realizada pelo grupo privado Epidemiology Resources, de Newton, Massachusetts, Costa Leste, está sendo divulgada na atual edição da respeitada publicação "Epidemiology".
O levantamento foi encomendado e pago por uma entidade estabelecida e financiada pela indústria da telecomunicação norte-americana, mas foi conduzida e publicada com independência em relação ao patrocinador.
A revista "Epidieomology" pediu um comentário sobre o trabalho à chefe do Departamento de Saúde Pública da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Patricia Buffler, que elogiou a metodologia e as conclusões.
O principal autor da pesquisa, Kenneth Rothman, diz que os estudos ainda são muito preliminares e não autorizam nenhuma conclusão definitiva sobre o problema, que exige mais pesquisas de longo prazo.
Câncer
Há três anos, a indústria da telefonia celular foi sacudida por uma série de denúncias de que o uso excessivo de aparelhos telefônicos sem fio poderia provocar câncer no cérebro.
Na época, cientistas do Instituto Nacional de Saúde afirmaram a uma comissão do Congresso dos EUA que era necessário realizar mais pesquisas para determinar eventual perigo do uso de telefone celular.
Mas eles recomendaram que ninguém exagerasse na quantidade de tempo de uso dos aparelhos.
Todos os telefones celulares, assim como os aparelhos de televisão, os fornos de microondas, os secadores de cabelos e outros aparelhos eletrodomésticos, transmitem radiação eletromagnética.
Desde 1979, quando a epidemiologista Nancy Wertheimer lançou a suspeita de que campos eletromagnéticos poderiam causar câncer, nenhum estudo foi capaz de comprovar ou rejeitar em definitivo sua hipótese.
O trabalho de Rothman foi pesquisar 250 mil usuários de telefones celulares durante o ano de 1994. Ele constatou que o índice de mortalidade no grupo foi menor do que entre a população norte-americana em geral.
Ele também mostra que entre os usuários de telefones celulares menores não há aumento da mortalidade. As suspeitas contra os aparelhos menores eram maiores do que em relação aos demais.
(CELS)

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