São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996 |
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'Ferrugem' quer trabalhar agora
LALO DE ALMEIDA; ROGERIO WASSERMANN
"Minha guarda foi tirada da minha mãe porque ela me batia. Ela era alcoólatra e expulsou o meu pai de casa", diz. Ferrugem morava em São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo), até ser mandado, por um juiz, para uma unidade da Febem para menores carentes, em São Paulo, em 1989. Antes disso, havia passado um ano e meio em uma instituição para menores carentes em São José, junto com a irmã mais velha, Carmen Lúcia. A última notícia que teve da mãe, disse, era de que ela estava morando em uma favela em São José dos Campos. Ferrugem diz que foi mandado para São Paulo porque fugia muito da escola, levado pela irmã, que nunca mais viu. Da irmã mais nova, sabe apenas que ela foi adotada. Trazido para a unidade da Febem para menores carentes, na rodovia Raposo Tavares, Ferrugem não ficou muito tempo. "Eu fugi de lá com uns moleques, que me levaram para a praça da Sé", conta. Trabalho As idas e vindas na Febem passaram a ser constantes. Ele diz que desta vez, quando sair, pretende trabalhar. "Já fiz alguns cursos profissionalizantes na Febem", diz. Ele pretende também continuar estudando, até terminar o primeiro grau. Atualmente, ele está cursando a 6ª série. Ele diz ter um pouco de medo do que vai encontrar quando sair da Febem. "Eu sei que vai ser difícil. É duro para os meninos de rua sair da rua sem o apoio dos familiares", diz. Ferrugem considera que sua vida teria sido melhor se não tivesse vindo para São Paulo. "Teria sido melhor se eu tivesse ficado em São José, porque lá eu estudava e trabalhava." (LA e RW) Texto Anterior: 'Não tenho aonde ir quando sair da prisão' Próximo Texto: Amigas da Sé ficam juntas no Carandiru Índice |
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