São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996 |
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HC ensina mulher a lidar com sua TPM
AURELIANO BIANCARELLI
A partir desta semana, o Grupo de Síndrome Pré-Menstrual do Ambulatório de Ginecologia do HC começa a se transformar no maior centro de estudos de TPM no Brasil. A maioria dos centros médicos da Europa e dos EUA tem serviços voltados especialmente para a TPM. No Brasil, a síndrome ainda é vista por grande parte dos médicos -e das mulheres- como uma fase de dores e mau humor que é preciso suportar. No Brasil, o número de mulheres que sofrem de forma intensa nos dias que antecedem a menstruação beira os 4 milhões. "A tensão pré-menstrual pode ser tratada, e seus efeitos, reduzidos", diz a ginecologista Mara Solange Diegoli, coordenadora do grupo do HC. O primeiro passo é aprender a reconhecer os sintomas da TPM, diz a médica. Nem todas as mulheres sofrem com esses dias. Há quem tenha síndromes moderadas e há aquelas que não conseguem nem sequer sair de casa ou manter relacionamentos normais. Uma pesquisa feita pelo HC junto a um grupo de mil mulheres revelou que 7,9% delas sofrem de TPM de forma intensa. Muitas não conseguem trabalhar, brigam com o marido, batem nos filhos e chegam a perder o emprego gritando com patrões. Para saber se tem TPM, as mulheres devem anotar os sintomas, suas durações e intensidades durante dois ciclos seguidos (leia quadro nesta página). A síndrome pode durar entre três e dez dias e se manifestar através de emotividade excessiva, raiva, depressão, ansiedade e dores na mama e na cabeça. Se os sintomas forem intensos e desaparecerem com a vinda da menstruação, a mulher é uma vítima da síndrome, diz a médica. Se permanecerem durante a menstruação, a pessoa deve procurar ajuda médica, pois estará sofrendo de algum outro distúrbio. "Ter consciência de que você sofre de TPM é um passo importante", diz a médica. A partir daí, a mulher deve se lembrar de que a síndrome é cíclica e que desaparecerá em alguns dias. Para diminuir os efeitos da TPM, a médica sugere exercícios físicos -como caminhadas-, a diminuição no consumo de sal e na ingestão de chocolate e café. As pacientes que não melhorarem com esses cuidados, um médico poderá receitar vitaminas, antidepressivos e até diuréticos. Texto Anterior: Revista sugere controle na pesquisa médica; Encontro vai discutir adolescência; OMS pede remédio contra doença do sono; Ortopedia tem curso de atualização na EPM; Cigarro é vetado na Olimpíada de Atlanta; Congresso debate cirurgia da miopia; Novas técnicas trazem novos diagnósticos Próximo Texto: Evite tomar decisão no período Índice |
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