São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Suspeitas de irregularidades marcam a escolha de petista

Deputado é acusado de pagar a contribuição de filiados

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O PT de Ipatinga (a 240 km de Belo Horizonte) realizou ontem a prévia para escolher o nome do partido à sucessão municipal sem esclarecer a suspeita de irregularidade na composição do seu colégio eleitoral (filiados).
Em um ano, os quadros petistas em Ipatinga passaram de 7.000 para 23.000 filiados. O eleitorado da cidade é de 111.067.
A pré-candidata Lene Teixeira, 32, apresentou recurso contra seu adversário, o deputado federal Chico Ferramenta.
Lene acusa o grupo de Ferramenta de pagar a contribuição ao partido de vários filiados para que eles pudessem votar.
Segundo Cícero Machado, presidente do PT local, só se admite o pagamento individual. Ele disse que o grupo do deputado teria depositado em bloco na conta do Diretório Estadual contribuições "de 100, 200 e até 500 filiados".
"Fala-se em 6.000 filiados que tiveram as contribuições pagas. Nós não permitimos (o depósito na conta do PT) porque temos regulamento interno", disse Machado. Essas contribuições devem totalizar cerca de R$ 15 mil.
O recurso de Lene Teixeira pedia ao partido que o procedimento do grupo de Ferramenta fosse considerado ilegal. Os filiados supostamente auxiliados pelo deputado votaram em urnas separadas.
Ferramenta rebateu a acusação afirmando que os pagamentos foram feitos ao Diretório Estadual porque o Diretório Municipal "fechou o partido na sexta-feira para não receber dos filiados".
Segundo ele, "não houve pagamento em grupo. Cada filiado efetuou a sua contribuição".

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