São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Empresas apostam em papel descartável

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Grandes fabricantes de papéis descartáveis estão aumentando neste ano seus investimentos em marketing e capacidade de produção na disputa por um mercado que movimentou cerca de US$ 1,1 bilhão em 95.
Ainda é baixo no Brasil o consumo de papel higiênico, guardanapo, lenços de papel e toalhas de cozinha, produtos classificados pela indústria como papéis descartáveis ou sanitários.
Mas as vendas aumentaram de forma "excepcional" no ano passado, na definição de Mark H. Pitt, diretor superintendente da Copa Fabricadora, divisão da Klabin que produz papéis descartáveis. A empresa é a maior do setor.
Os dados do Instituto Nielsen mostram que as vendas tanto de papel higiênico como de lenços de papel cresceram 19% no ano passado, em volume. No caso de guardanapos e toalhas de papel, os aumentos foram maiores ainda, de 21% e 31%, respectivamente.
Em faturamento, o crescimento do mercado de papéis descartáveis como um todo foi de 43%, nos cálculos de Cesar Penna, 50, diretor de operações da Melpaper S/A.
A Melpaper é a empresa que resultou da compra pelo grupo Melhoramentos em 1995 das operações no Brasil da Kimberly-Clark.
Também participam da Melpaper a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), e a FAP, do BNDES, com 18% do capital.
Mais consumidores
Tanto Penna como Pitt concordam que o crescimento no mercado em 1995 se deveu basicamente à estabilidade trazida pelo Real.
Um maior número de pessoas passou a comprar papéis descartáveis e outro grupo grande de consumidores aumentou a frequência com que compra esse produto.
Além disso, os dois fabricantes notaram que houve uma clara tendência da parte dos consumidores de procurarem mais produtos mais caros, de melhor qualidade.
Dados do Instituto Nielsen comprovam isso. As vendas de papel higiênico de folha dupla, os mais caros do mercado, aumentaram 42% em 95 enquanto o consumo dos produtos populares caiu 7,8%.
Dificilmente as taxas de expansão de 1995 vão se repetir neste ano. Os representantes das empresas acreditam que haverá aumento de vendas, mas em ritmo menor.

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