São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Metalúrgicos fazem greve hoje no ABCD

Movimento afeta empresas de máquinas

MARCELO MOREIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

Os metalúrgicos do setor de máquinas e eletroeletrônicos do ABCD, em São Paulo, decidiram entrar em greve a partir de hoje nas fábricas da região.
A proposta de greve foi aprovada ontem em assembléia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, no município de São Bernardo.
Segundo estimativas de diretores da entidade, cerca de mil dos 34 mil trabalhadores do setor estiveram na assembléia.
Os metalúrgicos reivindicam piso salarial de R$ 500,00, aumento real de 10%, reposição de perdas com a inflação e redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas.
A Fiesp (Federação das Indústrias dos Estado de São Paulo) e o Sindimaq (Sindicato Nacional das Indústrias de Máquinas) ofereceram um reajuste de 4,5%. Acima desse índice, as empresas "poderão fechar as portas", afirmou o presidente do Sindimaq, Sérgio Magalhães.
Greve pipoca
O secretário-geral do sindicato dos metalúrgicos do ABCD, Carlos Alberto Grana, disse que as fábricas não vão parar todas de uma vez. "A cada dia pára uma empresa, como forma de pressão. Na prática, todos estão em greve."
Grana não quis revelar quais seriam as primeiras empresas que o sindicato pretende parar hoje, alegando que é uma "estratégia de negociação".
"É segredo. Se os empresários ficam sabendo antes quais as empresas que devem parar, o movimento perde força."
Embora a greve tenha sido decretada as negociações com os empresários devem continuar hoje, de acordo com o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, Paulo Sérgio Alves.

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