São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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A nova equação

CIDA SANTOS

A seleção masculina começa a trabalhar hoje em busca do bicampeonato olímpico.
Do time campeão em Barcelona, apenas os seis titulares continuam no grupo. Quatro anos depois, os principais adversários são os mesmos: Itália, Holanda, EUA e Cuba. Mas nesse período, o mundo deu voltas.
Em Barcelona, o Brasil jogou todas as oito partidas com a mesma formação: Carlão, Paulão, Negrão, Maurício, Tande e Giovane. Os reservas entraram raras vezes. O vôlei agora tem uma nova equação: seis é muito pouco. Em Atlanta, a vantagem vai ser de quem tiver 12 atletas com condições de entrar em quadra e não deixar a bola cair. A Itália é a maior representante dessa tendência.
Na seleção brasileira, o mundo também girou. Primeiro foram os anos dourados: os títulos na Olimpíada, no Top Four e na Liga Mundial em 92 e 93.
Depois foi o avesso do sucesso em 94: a turma não conseguindo lidar com a fama e as cobranças por vitórias. Foi um tempo de vaidades e crises.
Em 95, a comissão técnica trabalhou disposta a recuperar a união. O objetivo era estimular a cooperação entre os atletas simulando situações em que um precisasse da ajuda do outro. Alguns trabalhos foram feitos com a orientação de profissionais especializados em treinamento de grandes empresas.
Em um deles, foi simulada na quadra, com o uso de madeiras e tijolos, uma situação em que os atletas teriam que atravessar um desfiladeiro. Nenhum poderia superar os obstáculos sozinho. Um teria sempre que estar tocando no outro. Maurício e Max faziam o papel de cegos. Os cegos representavam os atletas contundidos, que ficam mais frágeis no grupo e precisam de mais atenção. O ano passado terminou com a turma mais unida e a volta ao pódio.
O ano de 96 começa hoje para a seleção, que tenta retomar as vitórias, com a diferença de conhecer as pedras do caminho.

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