São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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O adversário?

JUCA KFOURI

São Paulo e Santos fizeram um clássico quase impecável. Aberto, rápido, repleto de alternativas, com chances de gol criadas por ambos os lados e com o Pacaembu lotado.
Nada como a necessidade de vencer. Nada como a disposição de aparecer como o adversário do imbatível Palmeiras.
O primeiro tempo foi rigorosamente igual. O São Paulo começou melhor, o Santos equilibrou, tomou um belo gol de Almir quando era superior e alcançou o justo empate num pênalti bem marcado de Zetti em Macedo.
Mesmo sem marcar, o artilheiro Valdir mostrou que não se limita a fazer gols -o que não é pouco.
E se Giovanni ainda não é todo aquele jogador que maravilhou o país no Campeonato Brasileiro passado, ao menos já voltou a ser o ponto de equilíbrio do Santos, mostrando a classe que ele não podia mesmo ter esquecido.
Em ritmo um pouco mais lento, como era de se esperar, mas ainda sim eletrizante, o clássico continuou no segundo tempo como se fosse um teipe do primeiro. Os dois times buscando o gol, belas jogadas lá e cá, chances de gol, o São Paulo superior no início, o Santos equilibrando, até que, outra vez com o Santos melhor, Edinho e Marcos Adriano se atrapalharam e Almir voltou a pôr o São Paulo na frente.
Almir era o algoz de seu ex-clube e Giovanni buscava ser o de seu provável futuro clube.
O empate seria o melhor prêmio para São Paulo e Santos. Mas era tudo, também, que o Palmeiras queria.
Por isso acabou sendo ótimo para o campeonato que alguém vencesse. E o santista que não se desespere: o time provou que precisava fazer a pré-temporada que fez, por absurdo que pareça, no meio da temporada.
Já o são-paulino pode sonhar em ser o adversário do Palmeiras. Ainda bem.
*
Ao marcar mais dois gols e completar dez em sete jogos, Romário deu sequência, ontem contra o Madureira, aos trabalhos do lobby para Zagallo levá-lo aos Jogos Olímpicos.
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Sem Cafu o Palmeiras é o melhor time de São Paulo, quiçá do Brasil. Mas tem de sofrer para vencer o Atlético Mineiro e até o Mogi Mirim. Com Cafu o Palmeiras é o melhor time do mundo. E ele deve voltar amanhã contra o Galo, pela Copa do Brasil, um jogo imperdível e, tomara, pacífico.

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