São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996![]() |
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A revolução do emprego
JOSIAS DE SOUZA São Paulo - O emprego está, como se sabe, em mutação. Muito já se disse sobre o tema. E muito há por ser dito.É o que demonstra estudo produzido pelo Ipea, braço acadêmico do governo. Acaba de sair do forno. Chama-se Ocupação e Escolaridade - Tendências Recentes na Grande São Paulo". O estudo cobre o período compreendido entre 1988 e 1995. Foi escrito por Edgard Luiz Gutierrez Alves e Fábio Veras Soares, dois especialistas na matéria. Primeira conclusão: o mercado exige trabalhadores cada vez mais escolarizados. Em oito anos, houve expessiva queda na taxa de emprego de analfabetos, semi-alfabetizados e de pessoas com o primeiro grau incompleto. Trabalhadores que frequentaram a escola apenas até a 4ª série, por exemplo, respondiam em 1988 por 35,04% das vagas à disposição no mercado de trabalho da Grande São Paulo. Em 1995, sua participação caiu para 27,26%. Um tombo de quase oito pontos percentuais. Simultaneamente, subiu a taxa de ocupação de pessoas mais escolarizadas. Os trabalhadores com segundo grau completo detinham 11,7% dos empregos em 1988. E passaram a responder por 16,3% das vagas em 1995. Também os trabalhadores em nível univesitário abocanharam uma fatia maior do mercado -de 8,6%, passaram a controlar 12,3% do mercado. O estudo concluiu ainda que os salários estão em queda livre. A média salarial na Grande São Paulo era, há oito anos, de R$ 1.210. Despencou para R$ 890. O trabalhador analfabeto ganhava, em média, R$ 427 em 1988. Passou a receber R$ 290 em 1995. O de nível universitário embolsava R$ 3.064. Agora, tem de se contentar com R$ 2.094. Mão-de-obra melhor, salário pior. Eis como caminha o emprego nesses tempos de modernização tecnológica e de globalização de mercados. E bem-aventurados os que conseguem preservar o contracheque. Texto Anterior: OS MAUS PRIVATISTAS Próximo Texto: Balcão de negócios Índice |
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