São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Cidade é porta de saída do deserto

MORAES EGGERS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Dacar é um verdadeiro oásis urbano da civilização moderna. Pelo menos para quem está chegando à capital do Senegal depois de enfrentar o mais famoso e tradicional rali do mundo, o Paris-Dacar.
A cidade funciona como porta de saída do deserto do Saara. As areias perdem terreno para a vegetação rasteira e para os pequenos arbustos da savana.
Atravessando o mar Mediterrâneo em um navio, o rali entrou na África pelo Marrocos, cruzando a Mauritânia e a Guiné até o Senegal.
O encontro com o Saara aconteceu logo após a terceira etapa, quando a caravana deixou Gouliminc e a cadeia de montanhas do Atlas para trás.
Depois de dez dias de areias douradas do deserto, chegar a Dacar significou rever o azul do Atlântico. Talvez Dacar tenha sido escolhida como ponto de chegada pelo criador do rali, o francês Thierry Sabine, por ser a mais francesa das cidades da África.
Os simpáticos habitantes usam exóticas roupas coloridas e são extremamente simpáticos. Às vezes até demais, como no caso dos vendedores ambulantes que rodeiam os hotéis mais luxuosos.
Ao dizer que não tinha dinheiro, recebi várias propostas por um tênis velho. Consegui trocá-lo por um relógio "Cartier". A pulseira se desfez em dois meses, mas o mecanismo ainda funciona.

O jornalista e escritor MORAES EGGERS é o autor do livro "Grãos de Areia: Oito anos de aventura no rali Paris-Dacar" (Editora Record).

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