São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Calles são experiência arquitetônica

CELSO FIORAVANTE
DO ENVIADO ESPECIAL A MADRI

Andar pelo trecho da Calle de Alcalá, que liga a Plaza de la Cibeles, uma das fontes mais imponentes de Madri, e a Puerta del Sol, um dos grandes pontos turísticos da cidade, é uma inesquecível experiência arquitetônica.
E vale também para se descobrir um dos grandes gênios da cidade no setor: Antonio Palacios. Ali, em cerca de 500 metros, é possível se deparar com alguns dos mais belos edifícios da capital espanhola.
A Plaza de la Cibeles é circundada por três importantes projetos do início do século. De um lado, o Palacio de Comunicaciones (1910-1918), projeto de Antonio Palacios e Julián Otamendi.
A obra transporta para a capital espanhola as linhas do movimento de vanguarda vienense Secessão, que pretendia uma reação contra os ditames oficiais da arte.
Banco Central
O edifício tem uma linguagem mais clássica, aconselhada aos edifícios bancários, que precisavam explicitar valores como solidez, equilíbrio e poder.
O que mais chama a atenção são as cariátides que ornamentam a entrada principal.
Banco de España Mais antigo é o prédio do Banco de España, localizado em frente. Projeto de 1882, dos arquitetos Eduardo Adaro e Severiano Sains de la Lastra, traz influência francesa e marca o início do perfil urbanístico que a região vai tomar.
Mais acima, no mesmo lado do Banco de España, na esquina com Calle del Marques de Casa Riera, está o Círculo de Bellas Artes, de 1919. Projeto de Antonio Palacios, é um dos prédios mais importantes de Madri no século 20.
O prédio traz em seu exterior uma grande e inusitada riqueza de volumes. No térreo, funciona um bar frequentado por artistas e intelectuais da cidade.
Metrópolis
Nesse mesmo lado, na esquina com Gran Via, se encontra o edifício Metrópolis, projeto de 1905 dos arquitetos franceses Jules e Raymond Février, reconhecido de longe por sua fachada, perspectiva e coloração azul e roxa.
Também é de Antonio Palacios o prédio das Dependencias de la Comunidad de Madri.
Nele, o arquiteto utiliza materiais inovadores na fachada, como aço e vidro, e resolve o problema da estreiteza da fachada com um grande arco do triunfo, arrematado elegantemente no alto por uma arcada aberta.

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